domingo, 4 de novembro de 2012

PARAFRASEANDO A ALEGORIA DA CAVERNA - LUIZA PINTO MOURA




NO REINO DAS RÃS 

Havia numa grande floresta uma gruta encantada, onde estava estalado o Reino das Rãs, que se achavam únicas e poderosas. Elas trabalhavam sempre das sete da manhã às seis da noite, não reclamavam daquela vidinha
.
A luz solar chegava por uma fresta, mas que pouco elas tomava por verdade, pois tinham seu laguinho, suas plantações e seus insetos em todos os momentos. Mas inesperadamente apareceu-lhes um caso inusitado que as deixou apavoradas. O Reino ficara em perigo, não se sabe de onde lhes apareceu  um azulado e majestoso Pássaro Azul.

 O que era aquilo? De onde veio? Chamou-se Conselho das Rãs, para uma audiência extraordinária. E acabaram aprisionando o intruso. O Pássaro Azul contou-lhes das maravilhas existentes fora dali, falara das árvores, das grandes florestas, dos grandes rios, cachoeiras outros animais, das leis trabalhista, da Lei Maria da Penha... Até da Internet, e que existia homens e que eles tinham ido à lua, e muitas coisas da atualidade. Foi um espanto geral
.
-Isso é um perigo! -Diziam o Conselheiro-Mor – Vamos apagar logo com ele, antes que nossos súditos se rebelem contra o Reino das Rãs, vamos sacrificá-lo. E assim foi feito.

Empalharam o Pássaro Azul, e colocaram ele no Museu, para que todos pudessem ver aquilo como exemplo para  aqueles que um dia resolvessem desafiar aquele Reino.

E certo dia, a professora, Ranzita da Silva, levou sua turma para uma aula no Museu das Rãs. E aquele aluno que tudo quer saber, questionou a professora que parente era aquele que era tão diferente e por que ele estava ali. Dona Ranzita, apenas o contemplou e respondeu: Era um sábio que tinha planos para o nosso Reino, mas o exterminaram e o colocaram aqui embalsamado para que todo aquele que tenha o mesmo sonho não queira concretizá-lo. Isto é, não existe outro Reino, além do Reino das Rãs. E você, Rãzinha, vá para o final da fila. Nada mais se questiona.

MORAL: Em terra de rã, pássaro não canta.
(Luiza Pinto Moura, Outubro de 2012) 

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