quinta-feira, 17 de março de 2011

PARAFRASEANDO - EMPURRE SUA VAQUINHA


Um sábio em suas andanças pede hospedagem em um casebre por uma noite. O proprietário um simples camponês, com uma prole de três filhos, o recepcionou com todos as boas vindas a um grande amigo, acomodando-o no celeiro, onde lá havia um quartinho para hospedes.

Após a dona Maria, servir o jantar foram tirar uma prosa lá no alpendre da casa.
-- Do que vocês vivem?
- Nós temos uma vaquinha que dá alguns litros de leite por dia que meu filho ordenha e vende o leite para a comunidade, então assim compramos farelo para Mimosa e algumas coisinhas pra gente ir vivendo, sabe, como é?

O sábio, ficou indignado e durante a madrugada levou a Mimosa até um penhasco que sumiu sem deixar "rastros". Pela manhã tomou um café, despediu-se dos donos da casa e seguiu caminhada. Agora vamos esperar o que acontece.

Passando-se uns seis anos após o ocorrido retornou ao sítio para rever o que eles aprenderam aos longos dos anos. Chegando lá percebeu que seu intuito dera certo. O sítio era que era uma beleza: muitas plantações, mais algumas cabeças de gado. Às crianças bem vestidas, a casa bem mais limpa e todos felizes.

Pensou que eles havia vendido a propriedade, mas avistou o compadre, bem vestido, alegre e sorridente, aparentando mais jovem.

-E aí, compadre? Como tem passado ao longo dos anos?

- Mas compadre, não sei por onde começar. Aquela vaquinha que nós criávamos morreu. Meu filho, mais velho tinha algumas economias comprou sementes, plantamos. Comprou mais algumas cabeças de gado e tocamos o barco. Todos pegaram gosto ao trabalho e nossa casa é só alegria.

O sábio maravilhado ouvia a história e sentiu que o seu plano dera certo, aquela família havia transformado momentos ruins em momentos mágicos, mas que já não interessava contá-los a sua iniciativa. Tudo ficara como ele planejara.

Pense nessa história!


Todos nós temos uma "vaquinha" que nos dá alguma coisa básica para a sobrevivência e uma convivência com a rotina, limitando nosso progresso. Descubra qual é a sua e, sem perda de tempo, empurre-a morro abaixo!

(Luiza Pinto Moura, Memórias,2011)

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