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entada no alpendre da casa grande, ela masca o fumo e prepara o cachimbo para dá a primeira baforada. Sentada ao seu lado encontra-se a menina Ana Beatriz que se aninha ao seu colo quer um afago... A negra Pulsina começa a contar histórias de assombrações e ao findar, canta para ninar a pequena, que ouvira atenta cada causo relatado.
Se passaram quarenta anos e a preta velha já se foi, e aquela menina , hoje é avó e conta as mesmas histórias e cantigas ,que aprendera naqueles momentos tão sublimes, para seus netos:
“ Boi, boi da cara branca...
Guarda essa criança...
Que tem medo de careta...”
Paulinho e Maria atentos escutam, escutam, e escutam... depois perguntam;
-Acabou vovó ? Canta mais uma vai, conta...
A vovó com os olhos cheios de lágrimas, a voz trêmula reconta e recanta as cantigas e histórias que antes a fizeram tão feliz, mas que deixaram uma saudade e um carinho especial pela aquela mãe preta, que com certeza, estará no céu alegrando os anjos pequeninos, a doce e carinhosa Pulsina.
(Luiza Pinto Moura. Memórias. Março : 2010)
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